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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

FICHAMENTO DO LIVRO: O QUE É FOME? - HISTORIA.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIAS
CURSO TECNOLÓGICO SUPERIOR EM
GASTRONOMIA
CULTURA E HISTORIA EM GASTRONOMIA ADM 1065.
PROF. LEILA MIGUEL FRAGA.








FICHAMENTO DO LIVRO O QUE É FOME?





GOIANIA
2011




ERLI DA S. OLIVEIRA.
            LARISSA RIBEIRO DA SILVA
RAIMUNDA
    SERGIO ANTONIO MAIA.







FICHAMENTO DO LIVRO  O QUE É FOME?
   


                                           


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INTRODUÇÃO.




           Realizamos um trabalho de fichamento sobre o livro, O que é fome?, de Ricardo Abramovay, coleção 102 primeiros passos, editora brasiliense.  Entre os alunos do Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia, turma C 01, conforme orientação da prof. Leila Miguel Fraga, onde o autor discorre sobre a fome em todo o mundo e combatendo o que a maioria das pessoas pensam a respeito do tema, fazendo colocações interessantes, que faz com que os nossos pensamentos nos questione a respeito das opiniões já formada.








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OBJETIVO DO TRABALHO.

            O trabalho que fizemos tem por objetivo treinar a capacidade de leitura e entendimento com analise do texto, e apesar do fichamento ser a cópia do tópico frasal do titulo e subtítulo, faz com que a leitura se torne interessante nos levando a participar das idéias do autor.













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DESCRIÇAO DO FICHAMENTO.




Titulo: O QUE É FOME?
Autor: Ricardo Abramovay.

Introdução.

          É para reflexão sobre esta grande  contradição de nosso tempo – a convivência entre a fartura e a miséria alimentar – que convido o leitor neste pequeno livro.   Sendo a fome um fenômeno de caráter biológico , resumo seus terríveis resultados sobre o organismo humano logo no primeiro capitulo.   Sendo ela entretanto uma doença social, procuro nas páginas seguintes descobrir por que, apesar da generosidade da natureza, nossa organização social tem sido tão mesquinha com a maioria dos homens.
                                                                           

                                                                           
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1-    AS DOENÇAS DA FOME.

1.1-       Apetite e subalimentação.

            Enquanto sinônimo de apetite, o dito popular esta certo: a fome se junta a vontade de comer.    Mas como subalimentação, fome é impossibilidade de comer, de satisfazer este instinto

1.2-       Quantidade e qualidade.

           A fome é  portanto, em primeiro lugar, um fenômeno quantitativo, que pode ser definido como a incapacidade de a alimentação diária fornecer um total calórico correspondente ao gasto energético realizado pelo trabalho do organismo.

1.3-       Fome parcial.

            A definição de fome parcial ou especifica é importante porque não só por insuficiência de comida se tem fome, mas também por monotonia ou desequilíbrio alimentar.


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1.4-       População biologicamente vulnerável.       

            As mais sérias vitimas da má alimentação situam-se entre aquilo que os especialistas chamam de população biologicamente vulnerável: crianças até quatro anos, mães em amamentação e gestantes.    Isto por dois motivos básicos.   Primeiramente, esta é a faixa da população mais sensível a doenças infecciosas e que mais necessita ser protegida pela boa alimentação.   Além disso, abatendo-se sobre a população biologicamente vulnerável, a forma vai deixar-lhe certos traços e deformações que serão absolutamente irreversíveis. 


1.5-       Desmame precoce e desnutrição.

            É importante sublinhar  que, apesar de sua grande incidência no Terceiro Mundo, o kwasiiiokor e o marasmo são formas extremas de desnutrição e representam, de certa forma, a ponta de um iceberg.    A desnutrição moderada, discreta, invisível acompanha dezenas de milhares de crianças em todo o planeta.





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1.6-       Efeitos sobre a inteligência.

             A inteligência depende não so de fatores orgânicos, mas também – numa medida extremamente importante – de determinações emocionais e pedagógicas.   Em outras palavras, o que vai interferir sobre a inteligência da criança não é apenas o que ela come, mas o conjunto de sua relação com o mundo que a cerca, os estímulos que lhe são oferecidos, o amor que recebe e a atenção que lhe é consagrada pelo ambiente doméstico.


1.7-       Uma doença social.

            Ao atingir grandes massas humanas, a fome não prejudica apenas o individuo, mas torna doente a própria sociedade por onde se propaga.





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2     – FOME E HABITOS ALIMENTARES NO BRASIL.


          Em 1974, éramos o sexto pais do mundo em população gravemente desnutrida, Istoé, pessoas que ingeriam menos de 1.600 calorias diárias: é o que você gastará se passar o dia inteiro deitado, em repouso, sem nenhuma atividade que não seja puramente vegetativa.    A subnutrição no Brasil não se reduz apenas a estes drásticos casos de inanição absoluta.    Por trás desta situação mais grave existe uma imensa massa de subnutridos “discretos”, que não estão à beira da morte por fome, mas cujo organismo deixa-se diariamente corroer pela alimentação insuficiente.

2.1 - O mito da ignorância.

          Há muitos anos, num programa de televisão, um velho político populista pontificava:  “Se no Nordeste do Brasil come-se pouco ovo, a razão é simples: nordestino não gosta de ovo” .  É como se dissessem ao faminto: “você é pobre, mas ao menos para comer direito poderia fazer um pequeno esforço.   Se  não  a culpa é sua”.


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2.2 - Os EUA e a “fome de proteínas”.

            A produção nos EUA, durante os anos 1960, superava em muitas vezes o consumo interno, o que resultava em imensos excedentes agrícolas.   Era necessário a qualquer preço desovar estes estoques, sob pena de as cotações agrícolas despencarem, levando consigo a prosperidade dos agricultores e da própria economia dos EUA.   Desestimular a produção alimentar interna dos países pobres era a melhor maneira de ampliar o mercado de exportação para os produtos norte-americanos.

2.3 Fome protéica ou caloria?

          Em muitos casos, se se consumissem em maior quantidade os mesmos alimentos, a ingestão  de energia e nutrientes seria adequada.    Assim, portanto, quando a ingestão de energia é adequada, geralmente o é também a ingestão de proteínas.

2.4 O brasileiro sabe comer?

            Não existem no Brasil os que sabem e os que não sabem comer.   Existem os que podem  e os que não podem ter acesso a uma alimentação adequada e suficiente.  O fator determinante no padrão alimentar da população é a renda: quanto mais baixa a renda, mais sérios são os problemas alimentares.
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2.5 A produção é suficiente?

            É perfeitamente possível que o leitor, a partir destas conclusões, pergunte: se o problema não esta nos hábitos alimentares, mas na insuficiente quantidade de comida que compõe a refeição dos pobres, será que isso não se deve ao fato de que, na terra, há gente demais, isto é, mais do que o nosso planeta pode sustentar?





3     HÁ ALIMENTOS PARA TODOS?

3.1 - O apocalipse malthusiano.

            O termo é pomposo, mas o significado, simples: haveria gente demais na terra, mais do que nosso planeta é capaz de sustentar.   Resultado: fome.  Remedio: conter o crescimento populacional.  Mas como a pílula e a esterilização dos homens e mulheres ainda não tinham sido inventadas, Malthus julgava que as guerras e as crises nas quais milhões de vidas humanas se apagavam tinham um efeito positivo: eram males necessários à própria preservação da espécie, pois reduziam a base  do desenvolvimento populacional, evitando, ou ao menos postergando, a catástrofe da explosão demográfica.
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3.2 – Quem não paga não come.

            O tamanho da refeição das pessoas não dependerá do vazio do seu estomago, mas do volume de seu bolso.

3.3- Explosão demográfica: qual o real perigo.

            A subnutrição de massa só será um velho capitulo na historia da humanidade a partir do momento em que os pobres tiverem condições de exigir e obter aquilo a que tem direito no conjunto da produção nacional e internacional.  Sem isso, por mais que aumente a produção, ou ainda que diminua, por algum motivo, a população  miserável do mundo, a fome persistirá.

3.4 – A que se destinam a terra e a produção?

            Ora, estudar a relação entre a população a ser alimentada e os recursos que podem satisfazer suas necessidades significa, antes de tudo, responder as três questões fundamentais que serão examinadas nos três capítulos.   A superfície agrícola do planeta esta sendo realmente empregada para a produção?  A produção agrícola dos países pobres serve primordialmente a alimentar suas populações ou para a exportação? Enfim, é necessário saber se a terra e  a produção agrícola dirigem-se prioritariamente à alimentação humana ou ao sustento de animais.
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4   A terra abandonada.

            È um exemplo bastante representativo da forma como é usada a terra, não só em nosso país, como em boa parte do mundo subdesenvolvido: muita terra sem gente e muita gente sem terra.   Terra abandonada e terra desejada.   Em outras palavras, alem  da má distribuição da produção alimentar enfrentamos um problema ainda mais grave: a subutilização da terra, certamente o maior obstáculo que se opõe à ampliação da produção de alimentos no mundo.

4.1 -  Pagando para não produzir.

            Pagar para não produzir? Exato.  É o que faz o governo dos EUA quando as cotações de um determinado produto agrícola mostram-se pouco animadoras no mercado internacional.  Embora as possibilidades de elevação da área cultivada nesse país sejam imensas, o governo norte-americano cuida para que o mercado internacional se mantenha num nível tal que os lucros dos agricultores estejam assegurados.

4.2 – Exportar é o que importa?

           O Brasil,  por exemplo (como vimos no capitulo III), é o sexto país do mundo em população gravemente desnutrida, ostentando, apesar disso, o titulo de quarto maior exportador agrícola mundial.  
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Na América Central, a drástica miséria da população não impede que metade das terras cultivadas seja dedicada a produtos de exportação.    A Africa exporta cereais, amendoim, legumes frescos, carne, café e cacau, embora a desnutrição infantil pese sobre o continente de maneira mais terrível que em qualquer parte do mundo. 

4.3 – Colonialismo e desnutrição.

          Se um dia lhe pedirem para traçar um mapa da fome no mundo, saiba que, para isso você não encontrará nenhuma dificuldade: basta que você localize as regiões que foram objetos de dominação colonial (com exceção dos EUA) e seu mapa estará com uns 90% de precisão.   Com efeito, colonialismo e fome são dois termos que costumam andar juntos.

4.4 – O bolso e a barriga.

             As safras agrícolas, no capitalismo, vão-se destinar, prioritariamente, não a quem delas necessita do ponto de vista fisiológico, mas a quem tem condições de pagar o que custam.   Nosso sistema econômico só reconhece e atende o apetite de quem possui o bolso cheio, não o de quem está com a barriga vazia.   O mercado só tem ouvidos para o tilintar do vil metal, nunca para o ronco surdo da fome.

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4.5 - A revolução verde.

            A revolução verde foi a mais sistemática tentativa de se resolver o problema da fome nos países  pobres através do recurso a meios técnicos avançados, isto é, pela elevação da produção e sobretudo da produtividade agrícola.   Ao mesmo tempo, foi um dos maiores fiascos sociais de nosso tempo, tendo contribuído para o agravamento da subnutrição das nações  em que foi aplicada. 

4.6 – A produção da miséria.

            Se esta dependência econômica fosse o preço a pagar para que os pobres passassem a ter uma alimentação melhor,  é até possível que este modelo de desenvolvimento valesse a pena.   Ele seria uma espécie de mal necessário para que as piores manifestações da miséria fossem abolidas da história humana.  Mas o resultado desta extroversão econômica, deste voltar-se compulsivamente para fora, foi exatamente o inverso: como se não bastasse a ampliação da dependecia, a Revoluçao Verde contribuiu poderosamente para piorar as condições de vida das massas dos países em que foi implantada.



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5     O MODELO ALIMENTAR DO OCIDENTE.

            Nos dias de hoje, é impossível compreendermos o que é fome se não examinarmos também o que é a alimentação dos que não tem fome.   Existe uma relação intima entre o que nós comemos e o que o faminto deixa de comer, íntima, mas não evidente à primeira vista.

5.1  Uma civilização carnívora.

            O mundo ocidental contemporâneo é, de longe, a civilização mais carnívora que a humanidade já conheceu.    As sociedades protetoras dos animais e os vegetarianos que me perdoem, mas, em principio, não vejo nenhum mal nisso.    Todo o problema surge quando procuramos conhecer a origem da carne nossa de cada dia.   Vemos então que, se crime há, não é tanto contra os animais, mas contra os próprios homens: as formas atuais de criação animal baseiam-se na utilização, pelo rebanho, de produtos que poderiam servir à alimentação humana.

5.2  Doenças de degenerescência.

            A tendência da alimentação contemporânea (para os indivíduos que tem renda para escolher a sua alimentação, é claro) é de que as proteínas de origem vegetal sejam sensivelmente reduzidas em beneficio das de origem animal.  Entre nós, na medida em que o feijão com arroz permanecem talvez isto não seja tão nítido.  Mas nos países desenvolvidos, esta substituição é evidente.
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5.3  Produtores ou redutores?


            A civilização ocidental é uma grande máquina de reduzir alimentos.   É verdade que o mundo contemporâneo produz muito – ao menos o necessário para que todos tivessem uma alimentação adequada e suficiente.   Mas no Ocidente, boa parte do que se produz é reduzida imediatamente, em seguida.    Nossa civilização realiza às avessas o milagre cristão da multiplicação dos pães: se, com doze calorias de trigo, você obtem doze calorias de pão, este mesmo trigo (se dedicado à alimentação animal) só lhe renderá uma caloria de carne de frango.   Em média, são necessárias sete calorias de origem vegetal para se obter uma caloria de origem animal.


5.4  Os lucros do desperdício.

            Quem lucra com isto tudo são os grandes grupos agroindustriais que fazem o possível para encompridar a distância entre o que sai da terra e o que chega a sua barriga: milho, apresentado sob a forma de carne de porco, ovo, ou leite, vale muito mais que sob sua forma bruta primitiva.



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5.5  Alimentar prioritariamente os homens.

                                                                        O método que transforma o mais em menos, que reduz sistematicamente os vegetais em produtos animais, é a fotografia mesma de um mundo onde os ricos vão obtendo cada vez mais, ainda que seja às custas de uma esterilização dos recursos que existem e poderiam satisfazer as necessidades de todos.


                                                                                          6- O ALIMENTO COMO ARMA DE DOMINAÇAO.
       

                                                                           O alimento hoje é um arma de poder, isto é, de imposição de vontades e interesses.   O modelo agrícola e alimentar dominante no Ocidente não conduz apenas ao desperdício:  ele é um dos fundamentos da dependência econômica e política dos países pobres e, portanto, um instrumento de dominação imperialista.


6.1- A dependência crescente.

            É  como se eles dissessem: “produzam para nós e nós produziremos para vocês. Comida, isto é, cereais, nós temos de sobra, e nunca deixaremos que a penúria tombe sobre suas mesas.    Café, frutas, soja, amendoim, algodão, especializem-se nestes produtos e deixem sua refeição por nossa conta”.


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6.2 – “Mãos ao alto: eu vou te ajudar”
            É verdade que a utilização dos alimentos como arma é tão antiga quanto a própria arte militar.  Mas o emprego da alimentação para tal finalidade, até recentemente, ocorria efetivamente nas situações de guerra.   Era uma tática  de desgaste do inimigo.



CONCLUSÃO.

             São poderosas e violentas, como vimos, as forças que se nutrem da miséria alimentar das massas.  Mas a evidencia de que o flagelo da fome nada mais é que o reverso da moeda do desperdício é flagrante demais para que a situação permaneça como está.      O que deve ser colocado em questão não PE apenas a distribuição daquilo que a humanidade já produz.  É também a modificação na própria maneira de produzir, da idéia qua nós temos da riqueza e do conforto.   O padrão de consumo de nossa civilização – do qual o modelo alimentar estudado no cap. VI é um exemplo- é incompatível com a justiça social.  Só pode haver tanto despedicio num mundo fundamentado na desigualdade.    É preciso um novo modelo de civilização para destinar o alimento prioritariamente a satisfação das necessidades dos homens e não da fome insaciável de lucros e de dominação dos poderosos.


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